sábado, novembro 13, 2010

Avaliação do Eixo VII

Interdisciplinas desenvolvidas: Seminário Integrador VII; Educação de Jovens e Adultos no Brasil; Linguagem e Educação; Didática, Planejamento e Avaliação; Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.

Todos os estudos realizados durante o semestre foram importantes para a minha aprendizagem, pois contribuíram para uma reflexão sobre a minha prática.

Na interdisciplina Seminário Integrador VII aprendemos sobre as arquiteturas pedagógicas. Vimos que é um excelente recurso, pois seu uso favorece o processo de ensino-aprendizagem, a interação, a cooperação e a investigação para a busca de soluções para questões consideradas significativas para os educandos, desenvolvendo com isso a autonomia. Em grupo realizamos um projeto envolvendo arquiteturas pedagógicas.

Na interdisciplina Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS vimos que a língua da comunidade surda brasileira (LIBRAS) possui a sua própria estrutura e gramática através do canal comunicação visual. Consiste de sinais que surgem da combinação de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação, locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos, os quais, juntos compõem as unidades básicas dessa Língua, um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, que como qualquer língua, também existem diferenças regionais. Em quase todas as cidades vamos encontrar associações de surdos onde eles se reúnem e convivem socialmente.

Apesar de todo o avanço tecnológico ter contribuído bastante para a vida dos surdos, e de existir leis especificas que asseguram direitos aos mesmos, penso que o caminho ainda é de muita luta, principalmente para que essas leis deixem de existir apenas no papel e sim que sejam aplicadas na prática. No Brasil muitas escolas de surdos utilizam um ensino estruturado por ouvintes, não respeitando a cultura, língua e identidade das pessoas surdas porque desconhecem ou conhecem muito pouco de suas realidades.

Na interdisciplina Linguagem e Educação aprendemos que a sociedade na qual vivemos está cada vez mais centrada na circulação de informações de conhecimentos que vêm pela imagem e pela escrita, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever é insuficiente para responder adequadamente as demandas contemporâneas. De acordo com Kleiman,

[...] a escola, a mais importante das agências de letramento, preocupa-se, não com o letramento, prática social, mas com apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de códigos (alfabético, numérico), processo geralmente concebido em termos de uma competência individual necessária para o sucesso e promoção na escola (KLEIMAN, 2006).

É preciso ir além da simples aquisição do código escrito; é preciso fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano, oferecer diferentes suportes e tipos de textos, de modo a apropriar-se da função social dessas duas práticas, fazer com que os alunos sintam-se incluídos nesse mundo letrado.

A interdisciplina Educação de Jovens e Adultos no Brasil mostrou que os alunos da EJA representam uma grande parcela da população brasileira que por algum motivo não teve acesso direto ao direito básico constitucional de frequentar a escola no tempo previsto pela lei. São migrantes de comunidades rurais, trabalhadores formais e informais, desempregados e donas de casa que sabem muito bem a dificuldade de viver numa grande cidade sem o domínio da leitura e da escrita. Em algum momento da sua vida esses jovens e adultos já passaram pela escola, na maioria dos casos essa experiência foi traumática. Apesar de muitas lutas, acordos e leis, a EJA ainda tem um longo caminho a percorrer até se tornar um direito constituído e assumido pelos governos. Idéias antigas como “erradicação do analfabetismo” ainda acompanha as ações que se implementam pelo Brasil afora, o que demonstra que ainda há muito a fazer para se superar o caráter de campanha e avançar na construção de uma política pública que se sustente para além de único governo.

O EJA já conseguiu um avanço significativo em relação a sua história, no entanto, ainda tem muitos desafios para superar como: o avanço da expansão nas redes públicas de ensino, a conscientização dos governos municipais e estaduais sobre a importância e necessidade de se investir na EJA, a necessidade de se investir na formação dos professores...

Na interdisciplina Didática, Planejamento e Avaliação estudamos as filosofias Taylorismo e Fordismo no qual foi possível constatar que atualmente elas ainda existem em nossas instituições de ensino. Exemplos: currículo descontextualizado com conteúdos que não estão de acordo com a realidade dos alunos, onde não é respeitado o conhecimento prévio e se desconsidera as necessidades e interesses dos alunos, além de uma avaliação classificatória e excludente e também em alguns casos o poder e o autoritarismo ainda se fazem presentes. Atualmente, entende-se a escola como instituição social, plural, produtora de valores de conhecimentos políticos, culturais e sociais. Neste contexto, torna-se indispensável desenvolver a educação por meio da troca de conhecimentos, visando uma melhora na qualidade de ensino.

Aprendemos também sobre a importância do planejamento. Que ao planejar é preciso levar em consideração a realidade vivida pelos educandos, a cultura, as condições de vida, as relações sociais, através de um planejamento interdisciplinar que oportunize o desenvolvimento global do aluno possibilitando ações como: experimentar, experenciar, imaginar e problematizar. Vimos que infelizmente para muitos educadores o planejamento ainda é visto como um ato meramente burocrático. Segundo Gandin,

Planejamento é elaborar – decidir que tipo de sociedade e de homem se quer e que tipo de ação educacional é necessária para isso; verificar a que distância se está deste tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado final que se pretende; propor uma série orgânica de ações para diminuir esta distância e para contribuir mais para o resultado final estabelecido; executar – agir em conformidade com o que foi proposto e avaliar – revisar sempre cada um desses momentos e cada uma das ações, bem como cada um dos documentos deles derivados (GANDIN, 1985, p. 22).

Um comentário:

Grace Milcharek disse...

Tua postagem Sandra, nos remete ao Eixo VII com muita clareza, pois apresentas uma avaliação com reflexões muito bem fundamentadas, explicando as aprendizagens proporcionadas pelas interdisciplinas.
Seria interessante trazeres alguma passagem que evidencie as aprendizagens deste semestre no teu fazer pedagógico, poderia ser na próxima postagem, fica como sugestão.

Com carinho,
Grace Maria