segunda-feira, junho 28, 2010

Reflexão: Falta de interação entre os professores

Um obstáculo que eu percebi durante meu estágio, não uma dificuldade propriamente dita, mas algo que eu observei e que me fez refletir foi à falta de interação com as colegas da escola. Senti-me sozinha durante o estágio, meu trabalho ficou isolado. Infelizmente isso é uma coisa que acontece com freqüência, pois muitos professores não são receptivos a trabalhos inovadores, diferentes daqueles em que estão habituados a realizar no dia-a-dia e também porque faltam momentos para trocas, já que nas reuniões pedagógicas normalmente são tratados apenas assuntos administrativos ou são para resolver problemas existentes na escola.
Como eu estou trabalhando com um 1º ano, percebo que cada um trabalha de um jeito. Uns pensam que o primeiro ano não deve alfabetizar, outros acham que as crianças dever ser alfabetizadas. Existem objetivos comuns a todos, mas não existe um consenso entre os professores, até porque a aprovação é automática independente do que foi atingido ou não. Isso acontece não só com o 1º ano, mas também com o 2º ano, onde cada professor utiliza o método de alfabetização que acredita ser o mais adequado a sua turma ou que se sinta seguro em trabalhar.

terça-feira, junho 22, 2010

Reflexão sobre trabalho com pesquisa e gráficos

Sempre trabalhei com turmas de alfabetização (1º e 2º ano) e confesso que certas atividades como, por exemplo: gráficos, eu nunca tinha havia trabalhado com meus alunos, pois achava que eles não conseguiriam aprender, não entenderiam ou não daria certo. Eu mudei essa visão a partir do curso do PEAD, que me proporcionou uma reflexão sobre minha prática. No meu projeto de estágio cujo tema é “Identidade” eu procurei incluir muita pesquisa e análise de dados, aliás, esse também foi um diferencial. A partir das pesquisas construímos gráficos, justamente o que eu achava que os alunos teriam dificuldades em compreender. Mas aconteceu justamente o contrário, as pesquisas despertaram a curiosidade dos alunos e motivaram a aprendizagem, e os gráficos foram facilmente compreendidos. Percebi que o mais difícil é contar com a participação efetiva dos pais, que é de fundamental importância no trabalho que envolve pesquisa, principalmente pelo fato dos alunos ainda não saberem ler e escrever. Acho que pelo fato da pesquisa e o tema de casa não serem uma tarefa que faça parte da rotina escolar, a participação dos pais ainda é pequena. Penso que cabe a nós educadores mudar isso, primeiro incluindo a pesquisa no dia-a-dia da escola, depois mostrando aos pais a importância da pesquisa no ensino/aprendizagem e mudando a idéia de que aprender consiste em encher o caderno.

sexta-feira, junho 18, 2010

Reflexão sobre planejamento

O estágio contribuíu para muitas reflexões sobre a minha prática, um exemplo é o planejamento. Sempre fiz meu planejamento diariamente, com o estágio passei a fazer semanalmente o que me permitiu uma maior contextualização dos conteúdos. A forma como eu organizei no pbworks em uma tabela com um dia ao lado do outro permitiu uma visualização melhor da semana me possibilitando uma melhor integração das aulas. Isso só veio a reforçar o que aprendi durante o curso sobre planejamento. Segundo Gandin, Planejamento é elaborar – decidir que tipo de sociedade e de homem se quer e que tipo de ação educacional é necessária para isso; verificar a que distância se está deste tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado final que se pretende; propor uma série orgânica de ações para diminuir esta distância e para contribuir mais para o resultado final estabelecido; executar – agir em conformidade com o que foi proposto e avaliar – revisar sempre cada um desses momentos e cada uma das ações, bem como cada um dos documentos deles derivados (GANDIN, 1985, p. 22).
Infelizmente para muitos educadores o planejamento ainda é visto como um ato meramente burocrático. Na minha prática docente realizamos planejamento de curso e às vezes de unidade, mas na maioria das vezes apenas para cumprir uma formalidade, já que nem sempre ele é cumprido. Muitos professores não fazem planejamento, nem mesmo possuem um diário com as aulas registradas.
Segundo Schmitz, “Qualquer atividade, para ter sucesso, necessita ser planejada”.
O planejamento é uma espécie de garantia dos resultados. E sendo a educação, especialmente a educação escolar, uma atividade sistemática, uma organização da situação de aprendizagem, ela necessita evidentemente de planejamento muito sério. Não se pode improvisar a educação, seja ela qual for o seu nível” (SCHMITZ, 2000, p.101).

segunda-feira, junho 14, 2010

Avaliação

Trabalho em duas escolas em Alvorada, uma municipal e uma da rede estadual. Durante todos esses anos como educadora sempre tive turmas de alfabetização (1º e 2º ano), acho muito gratificante, pois cada dia consigo perceber o crescimento deles. Costumo avaliar meus alunos diariamente, pois com isso consigo perceber as dificuldades que eles apresentam e alterar meu planejamento na tentativa de sanar tais dificuldades. Através da observação eu avalio tudo: as atividades realizadas, a participação no grupo e nas aulas, o empenho em realizar as tarefas, a sua tentativa, o seu esforço.
As duas escolas possuem formas diferentes de avaliar. A escola do Município atende somente alunos de 1º a 5º ano e avaliação é através de relatório, onde uma parte marca-se um (X) no objetivo atingido pelo aluno (atingiu plenamente, parcialmente ou ainda não atingiu) e a outra é descritiva, apesar de não ter notas realizamos prova (atividades de avaliação) todo trimestre, que são entregues aos pais se o aluno está bem e retida caso apresente dificuldades. A escola do Estado atende alunos da pré-escola até o ensino médio, a avaliação na pré-escola e 1º ano é através de relatório de avaliação (igual ao do município), o 2º ano no 1º e 2º trimestre é através de relatório de avaliação e o último é nota (de 0 a 100), já os demais anos é nota com média 50. Também realizamos prova todos os trimestres, que são entregue aos pais juntamente com o relatório ou boletim.
Quando trabalho com turma de 2º ano a maior dificuldade que eu tenho em relação à avaliação é atribuir nota aos meus alunos no último trimestre, acho sem lógica. Já tentamos mudar, retirar a nota e utilizar somente relatório no 2º ano, mas não conseguimos.
Em ambas as escolas os relatórios e provas servem para mostrar aos pais que etapa se encontra o aluno, pra mim serve para intervir e corrigir as dificuldades apresentadas.
Apesar de ser muito discutida, ainda não existe um consenso sobre a avaliação. Para aperfeiçoar minha prática em relação à avaliação procuro estudar, ler bastante sobre o assunto, participar de formações e sempre utilizar a avaliação dos meus alunos para diagnosticar as dificuldades e tentar corrigi-las, jamais classificar, selecionar ou eliminar.

sexta-feira, junho 11, 2010

Refletindo sobre o preconceito presente na escola


Ao realizar um trabalho sobre diversidade pude perceber que infelizmente o preconceito é algo muito presente entre os alunos, um comportamento que já vem de casa. Durante uma conversa sobre diferenças, do respeito que devemos ter com as pessoas, independente das suas características físicas (aparência), da sua religião, de suas condições financeiras e que não devemos pôr apelido nas pessoas, um aluno falou que “tem gente que chama o outro de macaco só porque ele é negro”, imediatamente uma menina respondeu que “isso é muito feio, é falta de respeito”. Expliquei que existe uma lei que determina que é crime ofender uma pessoa por causa da sua cor e que ela pode ser presa por causa disso. Conversamos sobre a escravidão, uma aluna disse que tem uma novela a tarde que mostra os negros escravos, que batem neles e que são acorrentados para não fugir. Toda essa conversa contribuiu para uma reflexão sobre o papel da escola que é de respeitar e valorizar os afros-descendentes, compreender suas lutas e valores, ser sensível ao sofrimento, revertendo os perversos efeitos de séculos de preconceito, discriminações e racismo para que tenhamos uma sociedade democrática, justa e igualitária. Segundo Paulo Freire “Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar” (FREIRE, 1996, p. 67). Para que as escolas desempenhem bem o seu papel, é necessário que se constituam em espaço democrático, mobilizando toda a comunidade escolar. Ainda segundo Freire, “Faz parte igualmente do pensar certo a rejeição mais decidida a qualquer forma de discriminação. A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia”. (FREIRE, 1996 p.39,40). As diferenças existentes entre as pessoas devem ser vistas como possibilidades de troca e enriquecimento mútuo. Segundo Maturana, qualquer tipo de preconceito seja social, racial, religioso ou de gênero, deve ser questionado, criticado e banido do espaço escolar se quisermos educar para a aceitação e o respeito de si mesmo, que leva à aceitação e ao respeito do outro (MATURANA, 1999, p.32), para a reconstrução de uma sociedade mais justa e fraterna.

segunda-feira, junho 07, 2010

Refletindo sobre avaliação

Estamos no final do 1º trimestre nas escolas, momento em que construímos os relatórios de avaliação para e entregar aos pais. Sempre considerei a avaliação como algo delicado, em que temos que ter um cuidado especial com o que vamos avaliar, de que forma vamos avaliar e também com a linguagem utilizada. O curso do PEAD tem contribuído muito para uma reflexão sobre a avaliação, pois além da teoria estudada e de ser uma educadora, eu também sou aluna, e, portanto sou avaliada. Pra mim é sempre um momento difícil, os trabalhos postados, os comentários e principalmente quando chega o final de cada eixo e tem a construção do portfólio. A insegurança, o friozinho na barriga na apresentação é inevitável, e depois vem à ansiedade até a divulgação do resultado final. O estágio supervisionado tem contribuído ainda mais para uma reflexão sobre a avaliação. O fato de nesse momento eu ser aluna estagiaria do curso do PEAD, de ter um acompanhamento diário do meu trabalho em sala de aula pelas professoras e tutora, de receber visitas das mesmas, permitiu que eu me colocasse no lugar o do meu aluno e percebesse o quanto é difícil o processo de avaliação. Na turma (1º ano) em que estou realizando o estágio a avaliação se dá através da observação permanente. O resultado é expresso em parecer descritivo a cada final de trimestre. Além da minha avaliação, eu propus aos meus alunos uma autoavaliação, onde eles deveriam atribuir carinhas (alegre, se estivesse bom; zangada, se estivesse mais ou menos e triste, se considerassem que não ficou bom) aos trabalhos realizados. Um aluno fez um trabalho e colocou uma carinha alegre, quando ele me entregou eu observei que o desenho feito por ele foi pintando com uma cor só não respeitando os limites da linha. Eu questionei porque ele colocou uma carinha alegre, se ele achava que tinha realmente tinha ficado bom, ele prontamente me respondeu que sim. Perguntei porque ele achava que tinha ficado bom e ele me respondeu que era porque ele tinha dado o melhor dele. Eu fiquei sem ação diante da colocação dele, e isso contribuiu para reforçar o meu pensamento sobre o quanto é importante conhecer os alunos, observá-los diariamente, saber seus limites e capacidades para que ao final de cada trimestre a avaliação seja justa e leve em consideração tudo que foi construído pelo aluno ao longo do processo.