terça-feira, novembro 10, 2009

Narrativa Infantil


Adorei realizar a atividade solicitada pela Interdisciplina de Linguagem e Educação que consistia em solicitar que uma criança em fase inicial de escolarização contasse uma história para ser analisada a partir do texto “Tem um monstro no meio da história” (GURGEL, 2009); o vídeo: Pensamento Infantil – A narrativa da criança, disponível no site da Revista Nova Escola e do áudio: Narrativa de um adulto, disponibilizado pela Interdisciplina.
Eu escolhi o aluno Leonardo (Leonardo, 5 anos, aluno da pré-escola) que me contasse uma história, ele começou a cantar a música da aranha. Perguntei se ele sabia uma historinha, ele disse que não sabia, que só sabia a da aranha. Pedi que ele lembrasse de alguma história que a professora havia contado, ele respondeu que só sabia uma de lobisomem. Eu disse que adora histórias de lobisomem, pedi que contasse, ele sorriu e começou a contar.

Um dia a minha mãe, ela viu o lobisomem horroroso, ele era bem peludo e tinha um bicão assim ó e uns dentes bem grandão assim ó. Daí ela se assustou e depois ela correu pra minha casa e faz de conta que ela dormiu e o lobisomem comeu ela, comeu toda ela, comeu a cabeça todinha. Ele foi embora e levou os ossos para o seu filhinho comer e terminou a história. (Leonardo, 5 anos, aluno da pré-escola)

De acordo com o texto estudado, antes mesmo de começar a falar a criança já consegue entender histórias contadas por adultos, elas ajudarão a criança a compor um repertório de imagens, nomes e roteiros para utilizar mais tarde. A narrativa é a primeira estrutura da oralidade que a criança tem contato em seu dia-a-dia e é considerado um elemento fundamental para moldar e estimular a atividade mental.
A criança possui um mundo próprio, povoado de fantasias e de sonhos, mas convivem com um mundo cheio de realidades adultas que nem sempre podem entender. Na narrativa as crianças misturam realidade e fantasia, pois a distinção entre ficção e realidade ainda está em desenvolvimento nesta fase.
Acredito que a história (discurso narrativo) seja o mais importante alimento do imaginário infantil. Narrar histórias possibilita o trânsito entre a fantasia e a realidade. Estimula na criança sua criatividade, imaginação e formas de expressão corporal, proporcionando um ambiente de aprendizagem rico em estímulos sensoriais e intelectuais que lhe da segurança emocional e psicológico, além de criar e alimentar o hábito da leitura.
Fiquei encantada com essa atividade, pois trabalho com 2º ano e nessa fase as crianças costumam reproduzir as histórias de acordo com o que elas ouvem, não misturam mais realidade e fantasia. Isso me fez refletir o quanto é importante contar histórias e estimular a oralidade da criança. É uma pena que muitos professores e pais negligenciem ou desconheçam essa necessidade, pois só iremos formar crianças que tenham uma relação prazerosa com a literatura se propiciarmos a elas, desde muito cedo, um contato frequente e agradável com o livro e com o ato de ouvir e contar histórias.
Com essa atividade conquistei o aluno Leonardo, que todos os dias vai me visitar e me dar beijos, e diz que sou uma professora querida.

Segunda tentativa da 1ª Versão do banner da EJA

terça-feira, novembro 03, 2009

Alfabetização e Letramento

A alfabetização é um processo especifico e indispensável de apropriação do sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográfico que possibilita ao aluno ler e escrever com autonomia. Já o letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever, bem como o resultado da ação de usar essas habilidades em práticas sociais. É um processo de inserção e participação na cultura escrita que tem início quando a criança começa a conviver com as diferentes manifestações da escrita na sociedade e se prolonga por toda a vida, com crescente possibilidade de participação nas práticas sociais que envolvem a língua escrita.Alfabetização e letramento são processos diferentes, cada um com suas especificidades, mas complementares e inseparáveis, ambos indispensáveis. Penso que o desafio da escola é conciliar esses dois processos assegurando aos alunos a apropriação do sistema alfabético-ortográfico e condições possibilitadoras do uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita. Cabe a escola e aos profissionais que alfabetizam analisarem quais serão as condições aptas a garantir as aprendizagens, levando em conta, as experiências prévias dos alunos com a escolarização e sua familiaridade com a cultura escrita. É preciso aceitar o desafio de uma prática em que, assumindo uma postura dialógica com seus alunos, os professores possam contribuir para que eles cheguem à almejada competência e por conseqüência, ao uso criativo e critico das práticas sociais de leitura e escrita.

domingo, novembro 01, 2009

Currículo Integrado

Infelizmente ainda hoje encontramos muito das filosofias Taylorismo e Fordismo estudadas na Interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação em nossas instituições de ensino como: currículo descontextualizado com conteúdos que não estão de acordo com a realidade dos alunos, onde não é respeitado o conhecimento prévio e se desconsidera as necessidades e interesses dos alunos, além de uma avaliação classificatória e excludente e também em alguns casos o poder e o autoritarismo ainda se fazem presentes.
Atualmente, entende-se a escola como instituição social, plural, produtora de valores de conhecimentos políticos, culturais e sociais. Neste contexto, torna-se indispensável desenvolver a educação por meio da troca de conhecimentos, visando uma melhora na qualidade de ensino.
A interdisciplinaridade é um processo que busca ser instrumento de transformação e deve ser posto em prática de forma que possibilite corrigir distorções, enfatizar aspectos, vincular-se dinamicamente a realidade que o circunda. É um ato de troca, de reciprocidade entre as disciplinas.
É importante que os alunos compreendam a existência de relações entre as diferentes áreas do conhecimento e como elas se completam, e que, por meio da realização de estudos interdisciplinares, é possível encontrar explicações mais satisfatórias sobre fenômenos sociais e naturais.
É necessário que o professor se aproprie do conhecimento, que saiba organizá-lo e articulá-lo, sendo, dessa forma, competente na sua prática pedagógica. É preciso despojar-se de preconceitos questionando os valores arraigados no consciente e transcendendo a busca da objetividade necessária que possibilite a compreensão global da realidade, e que sejam contempladas no trabalho curricular nas salas de aula e escolas as questões sociais de vital importância e os problemas cotidianos.