Interdisciplinas desenvolvidas: Seminário Integrador VII;
Educação de Jovens e Adultos no Brasil; Linguagem e Educação; Didática, Planejamento e Avaliação; Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Todos os estudos realizados durante o semestre foram importantes para a minha aprendizagem, pois contribuíram para uma reflexão sobre a minha prática.
Na interdisciplina Seminário Integrador VII aprendemos sobre as arquiteturas pedagógicas. Vimos que é um excelente recurso, pois seu uso favorece o processo de ensino-aprendizagem, a interação, a cooperação e a investigação para a busca de soluções para questões consideradas significativas para os educandos, desenvolvendo com isso a autonomia. Em grupo realizamos um projeto envolvendo arquiteturas pedagógicas.
Na interdisciplina Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS vimos que a língua da comunidade surda brasileira (LIBRAS) possui a sua própria estrutura e gramática através do canal comunicação visual. Consiste de sinais que surgem da combinação de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação, locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos, os quais, juntos compõem as unidades básicas dessa Língua, um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, que como qualquer língua, também existem diferenças regionais. Em quase todas as cidades vamos encontrar associações de surdos onde eles se reúnem e convivem socialmente.
Apesar de todo o avanço tecnológico ter contribuído bastante para a vida dos surdos, e de existir leis especificas que asseguram direitos aos mesmos, penso que o caminho ainda é de muita luta, principalmente para que essas leis deixem de existir apenas no papel e sim que sejam aplicadas na prática. No Brasil muitas escolas de surdos utilizam um ensino estruturado por ouvintes, não respeitando a cultura, língua e identidade das pessoas surdas porque desconhecem ou conhecem muito pouco de suas realidades.
Na interdisciplina Linguagem e Educação aprendemos que a sociedade na qual vivemos está cada vez mais centrada na circulação de informações de conhecimentos que vêm pela imagem e pela escrita, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever é insuficiente para responder adequadamente as demandas contemporâneas. De acordo com Kleiman,
[...] a escola, a mais importante das agências de letramento, preocupa-se, não com o letramento, prática social, mas com apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de códigos (alfabético, numérico), processo geralmente concebido em termos de uma competência individual necessária para o sucesso e promoção na escola (KLEIMAN, 2006).
É preciso ir além da simples aquisição do código escrito; é preciso fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano, oferecer diferentes suportes e tipos de textos, de modo a apropriar-se da função social dessas duas práticas, fazer com que os alunos sintam-se incluídos nesse mundo letrado.
A interdisciplina Educação de Jovens e Adultos no Brasil mostrou que os alunos da EJA representam uma grande parcela da população brasileira que por algum motivo não teve acesso direto ao direito básico constitucional de frequentar a escola no tempo previsto pela lei. São migrantes de comunidades rurais, trabalhadores formais e informais, desempregados e donas de casa que sabem muito bem a dificuldade de viver numa grande cidade sem o domínio da leitura e da escrita. Em algum momento da sua vida esses jovens e adultos já passaram pela escola, na maioria dos casos essa experiência foi traumática. Apesar de muitas lutas, acordos e leis, a EJA ainda tem um longo caminho a percorrer até se tornar um direito constituído e assumido pelos governos. Idéias antigas como “erradicação do analfabetismo” ainda acompanha as ações que se implementam pelo Brasil afora, o que demonstra que ainda há muito a fazer para se superar o caráter de campanha e avançar na construção de uma política pública que se sustente para além de único governo.
O EJA já conseguiu um avanço significativo em relação a sua história, no entanto, ainda tem muitos desafios para superar como: o avanço da expansão nas redes públicas de ensino, a conscientização dos governos municipais e estaduais sobre a importância e necessidade de se investir na EJA, a necessidade de se investir na formação dos professores...
Na interdisciplina Didática, Planejamento e Avaliação estudamos as filosofias Taylorismo e Fordismo no qual foi possível constatar que atualmente elas ainda existem em nossas instituições de ensino. Exemplos: currículo descontextualizado com conteúdos que não estão de acordo com a realidade dos alunos, onde não é respeitado o conhecimento prévio e se desconsidera as necessidades e interesses dos alunos, além de uma avaliação classificatória e excludente e também em alguns casos o poder e o autoritarismo ainda se fazem presentes. Atualmente, entende-se a escola como instituição social, plural, produtora de valores de conhecimentos políticos, culturais e sociais. Neste contexto, torna-se indispensável desenvolver a educação por meio da troca de conhecimentos, visando uma melhora na qualidade de ensino.
Aprendemos também sobre a importância do planejamento. Que ao planejar é preciso levar em consideração a realidade vivida pelos educandos, a cultura, as condições de vida, as relações sociais, através de um planejamento interdisciplinar que oportunize o desenvolvimento global do aluno possibilitando ações como: experimentar, experenciar, imaginar e problematizar. Vimos que infelizmente para muitos educadores o planejamento ainda é visto como um ato meramente burocrático. Segundo Gandin,
Planejamento é elaborar – decidir que tipo de sociedade e de homem se quer e que tipo de ação educacional é necessária para isso; verificar a que distância se está deste tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado final que se pretende; propor uma série orgânica de ações para diminuir esta distância e para contribuir mais para o resultado final estabelecido; executar – agir em conformidade com o que foi proposto e avaliar – revisar sempre cada um desses momentos e cada uma das ações, bem como cada um dos documentos deles derivados (GANDIN, 1985, p. 22).