Ao realizar um trabalho sobre diversidade pude perceber que infelizmente o preconceito é algo muito presente entre os alunos, um comportamento que já vem de casa. Durante uma conversa sobre diferenças, do respeito que devemos ter com as pessoas, independente das suas características físicas (aparência), da sua religião, de suas condições financeiras e que não devemos pôr apelido nas pessoas, um aluno falou que “tem gente que chama o outro de macaco só porque ele é negro”, imediatamente uma menina respondeu que “isso é muito feio, é falta de respeito”. Expliquei que existe uma lei que determina que é crime ofender uma pessoa por causa da sua cor e que ela pode ser presa por causa disso. Conversamos sobre a escravidão, uma aluna disse que tem uma novela a tarde que mostra os negros escravos, que batem neles e que são acorrentados para não fugir. Toda essa conversa contribuiu para uma reflexão sobre o papel da escola que é de respeitar e valorizar os afros-descendentes, compreender suas lutas e valores, ser sensível ao sofrimento, revertendo os perversos efeitos de séculos de preconceito, discriminações e racismo para que tenhamos uma sociedade democrática, justa e igualitária. Segundo Paulo Freire “Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar” (FREIRE, 1996, p. 67). Para que as escolas desempenhem bem o seu papel, é necessário que se constituam em espaço democrático, mobilizando toda a comunidade escolar. Ainda segundo Freire, “Faz parte igualmente do pensar certo a rejeição mais decidida a qualquer forma de discriminação. A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia”. (FREIRE, 1996 p.39,40). As diferenças existentes entre as pessoas devem ser vistas como possibilidades de troca e enriquecimento mútuo. Segundo Maturana, qualquer tipo de preconceito seja social, racial, religioso ou de gênero, deve ser questionado, criticado e banido do espaço escolar se quisermos educar para a aceitação e o respeito de si mesmo, que leva à aceitação e ao respeito do outro (MATURANA, 1999, p.32), para a reconstrução de uma sociedade mais justa e fraterna.
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